IRONIA E INDIVIDUALIDADE EM SÓCRATES A PARTIR DE UMA ANÁLISE KIERKEGAARDIANA
Resumo
A condenação de Sócrates é muitas vezes vista como uma pena exagerada que beira a injustiça. Apoiamo-nos na ideia de que o filósofo ateniense, convencido da sua missão divina de procurar pelo conhecimento e assumindo-se um ignorante radical, incorpora uma postura irônica que se torna completamente incongruente com a realidade efetiva do Estado ateniense. As acusações contra Sócrates de não reconhecer os deuses do Estado e introduzir novas divindades, além da corrupção da juventude, são efeitos da ignorância que o leva a abrir mão de uma vida pública para buscar pelo contato individual com seus concidadãos. Procuramos compreender a interpretação que Kierkegaard sustenta da postura socrática, vendo nascer dessa irônica ignorância o que mais tarde se virá chamar subjetividade e individualidade.
Palavras-chave: Sócrates. Kierkegaard. Ironia. Individualidade. Subjetividade.
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