Repensando o legado teórico de Edith Stein: algumas reflexões a partir de suas fontes

Resumo

Os 80 anos da morte de Edith Stein nos convidam a repensar aspectos fundamentais de sua vida e obra, profundamente entrelaçadas. Nesse sentido, o roteiro de A Rose in Winter (Uma rosa no inverno), último filme sobre a filósofa, dirigido por Joshua Sinclair, pode muito bem ser usado como guia, por manifestar o evidente esforço do diretor de transmitir o espírito da pensadora em todas as circunstâncias do modo o mais genuíno possível. A honestidade e a competência de Sinclair destacam um fator crucial: a importância da análise meticulosa e da adequada leitura das fontes bibliográficas — o único modo de reconstituir autenticamente um percurso histórico ou conceitual, bem como de proceder a investigações que se mantenham fiéis ao legado de todo pensador. Nessa direção, este artigo procurará confrontar algumas interpretações conceituais e certos posicionamentos históricos relacionados a Edith Stein que denotam o quão significativo é promover estudos que não só retomem as fontes originais em seu contexto, procurando apreender delas seu sentido próprio, como também busquem continuamente novas fontes legítimas, examinando escrupulosamente o seu conteúdo. Como exemplo, apresentamos aqui os resultados a que chegamos a partir da análise de alguns manuscritos. Somente desse modo é possível alcançar a complexidade do pensamento de Edith Stein e compreender a verdadeira dimensão de sua contribuição à Fenomenologia.

Palavras-chave: Edith Stein. Martin Heidegger. Conrad-Martius. Fenomenologia.