O HOMO DIGITALIS E A (IM)POSSIBILIDADE DA EXPERIÊNCIA DO BELO

Luiz Cláudio Batista de Oliveira

Resumo


O artigo propõe reflexões a respeito do homo digitalis e das correlações existentes entre o seu modo de ser e alguns dos principais aspectos que sustentam a sociedade digital. Discute sobre os sentidos do locus e do habitus consagrados pela lógica do consumo e da utilização de dispositivos típicos do contexto emergente nessas duas décadas iniciais do século XXI. Procura identificar algumas das particularidades da sociedade digital expressas no seu forte componente ideológico, especialmente em relação aos modos de o indivíduo se fazer solitário e voltado tão somente para suas satisfações pessoais. Trata de argumentar sobre o aparato de controle exercido sobre aquele cujas ações se reduzem ao consumo do maior número possível de objetos. Tais mecanismos sugerem um sentido de liberdade quando, na verdade, quase não dão chance de escolha àquele que vive inserido na sociedade digital. Busca também salientar as peculiaridades do belo digital cujo apelo principal está em fomentar o individualismo e a positividade, diferenciando-se assim do espirito contemplativo e crítico próprios àqueles que optam pela fruição estética. Por último, a discussão argumenta sobre a (im)possibilidade da experiência do belo como contribuição a um modo de ser que promova o florescimento de atitudes autônomas, livres, criativas e por isso plenas de significados que transgridam os imperativos da sociedade digital.


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