MASSA E ENXAME: UMA ANÁLISE DOS CONCEITOS EM FREUD E HAN

Marcello Vieira Lasneaux

Resumo


As abelhas são organismos sociais, assim como a espécie humana. Os humanos, apesar de suas vidas singulares, são biológica e historicamente sociais. A história humana perpassa pela história do indivíduo e de sua coletividade; a história da coletividade perpassa pelo conceito de massa. Em 1921, Freud publicou o “Psicologia das massas e análise do eu”. O texto invoca obras de outros autores, a partir das quais critica e aprofunda a discussão das massas à luz da psicanálise. Byung-Chul Han, filósofo alemão, oferece contribuições para a compreensão do novo momento, interpretando a rede social. Han afirma que a nova massa é o enxame. Faz essa afirmação para adiante se desfazer dela: o enxame não é nenhuma massa. A mudança se dá porque se refere ao exame como a nova formação de muitos, como a massa, mas difere agudamente dela porque esses muitos são factualmente indivíduos singularizados, atomizados. A metáfora do enxame se revela uma analogia com suas vantagens e desvantagens, o que não a invalida. As redes sociais, nessa sua face voraz e destruidora, devolveram a chance do id (freudiano) comparecer em meio à revolução digital, em algo de absoluta surpresa em que o progresso conduz ao regresso. A confiança nas outras instâncias psíquicas freudianas, permite a possibilidade de achar graus de liberdade para um outro porvir das redes sociais, outros usos, outros arranjos para se imaginar um lugar de crescimento, de solidariedade, de contribuição coletiva, de uma sociedade mais justa, mais ética e mais altruísta.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.